O Vale do Aço, situado no estado de Minas Gerais, é conhecido a nível internacional devido às grandes empresas estabelecidas lá, como a Usiminas, produtora de chapas de aço de carbono em Ipatinga, e a Aperam South América, produtora de aço inoxidável, localizada em Timóteo, ambas sendo grande exportadoras de produtos.
No entanto, as condições das estradas que ligam o Vale do Aço ao restante do país têm ficado complicadas. O problema atinge essencialmente o polo metalmecânico baseado na região, que não está conseguindo entregar às indústrias as chamadas cargas excedentes — peças com altura superior a 5,20 metros e largura maior que 5 metros.
As estradas perigosas são um problema frequente em Minas Gerais, com esse fator tendo sido agravado pelas chuvas de janeiro que atingiram intensamente as estradas da região. No início do ano, as consequências pararam o trânsito em mais de 100 rodovias no Estado, sendo que 30 delas ainda continuam com problemas. Desvios feitos melhoraram a circulação no trânsito em muitos dos trechos impedidos, mas terminaram em obras inacabadas.
“O Vale do Aço está praticamente isolado, as peças não têm como sair de lá e nem chegar ao porto. Isso interrompe a atividade industrial, inviabiliza investimentos e, enquanto isso, as obras nas estradas seguem em passo de tartaruga”, diz o empresário Adalcir Lopes, proprietário da transportadora Transpeciais e vice-presidente do setor de Cargas Especiais da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC).
Os desvios necessários para o transporte acabaram por transformar-se em percursos até cinco vezes maiores. Devido a esse aumento na distância, o frete chegou a aumentar em até 4 vezes e o preço final da peça cerca de 30%.
Informações do DER e DNIT
Segundo o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), em 2022, foram destinados R$113 milhões para a realização de obras rodoviárias de recuperação dos eventos mais severos da estação chuvosa. E, para melhorar a infraestrutura rodoviária, está em curso um programa de concessões que irá abranger mais de 2.000 km.
Já a assessoria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que o órgão segue com um trabalho de reestruturação da trafegabilidade nos trechos afetados pelas fortes chuvas que atingiram a região.
FONTE: <https://www.portalntc.org.br/cargas-especiais-ficam-ilhadas-no-vale-do-aco/>